1 de setembro de 2012

Eles viviam juntos. Ela o amava, mas não sabia o que ele sentia. Ele a queria, mas não tinha tanta certeza disso. Então eles iam assim, como quem não quer nada, meio amigos, meio namorados, meio apenas ficantes, mas ás vezes pareciam casados. A regra número um era apenas se divertir como quem não quer nada. Ela não queria perde-lo então topava, ele queria ela mas também não sabia se era a certa. Até que um dia ela se apaixonou por outro, um cara que talvez levasse ela do jeito certo que se deve levar uma moça, á sério. Ela teve que ir embora, e ele aguentaria ficar sem ela? Mas claro não é? era apenas diversão, e foi aí que bateu a solidão. Ela aguentava-o do jeito que nenhuma outra aguentaria, sabia todos os seus gostos e aquele apartamento sem ela era apenas vazio. Indo até a casa dela o que faria? É, ele não tinha nenhuma ideia na cabeça, na verdade, ele sempre foi um cabeça vazia… Mas, foi lá apertou a campainha e o toque soou como um sino pesado no coração, pela primeira vez estava nervoso em falar com ela. Ela atendeu, um pouco surpresa, uma cara de cansada como quem passou a noite acordada: ela:- O que te trouxe aqui? já é tarde meu, perdeu a noção? ele:- ah ta cansadinha por que? bailou até tarde foi? ela:- Não, até porque ele não é cara de ir qualquer festa, ele só me leva em restaurantes finos, to assim porque… porque.. porque.. ahh porque to com sono, é crime agora é? ele:- Não, mas é praticamente um crime sair da minha vida do nada porque conheceu um playboy por ai… Qual é? O que aconteceu com o nosso trato? Por que me deixou na mão? ela:- E daí? que se dane o trato, eu finalmente encontrei o que tanto tempo procurei em você e não achei; paz. ele:- Paz? e amor? e carinho? compreensão? pelo que eu saiba você não parecia tão infeliz assim… ela:- E eu não era, mas sei lá, a gente sente falta de ter alguém de verdade. ele:- Se eu não fui alguém de verdade pra você é porque eu sou um otário, e esse mané aqui veio as 3 da matina só pra falar uma coisa. ela:- O que é tão importante posso saber? ele:- Você é uma chata. ela:- Oh obrigada, que comovente. ( fechando a porta na cara dele, ele segura e diz):- É uma chata que mexeu com o coração desse vagabundo aqui, que não deixa mais ele dormir em paz, e que a cada estalo da madeira daquele apartamento velho eu acho que é você entrando pela porta. Você sempre me deixou confuso do que eu realmente queria, e eu só percebi isso quando percebi que tava nos braços de outro por aí… Eu sou grosso e muito estúpido eu sei, mas eu deixo minha vida de maluco pra viver ela certinha como você quiser, eu só quero saber se ainda tem espaço pra mim na sua vidinha de novela? ela pasma, gagueja um pouco e diz:- Bom, eu não sei, sabe, a fila andou… Não consegui entender bem o que você quis expressar… ele:- Sabe, eu deveria ter te pedido pra ser minha a muito tempo, e se fosse contar quanto tempo a gente ta junto nessa relação em cima do muro seria mais ou menos a um ano e meio, mais do que muito casal ta tendo por aí… acontece que não me imagino mais sem você… e … ela:- Fala logo o que você quer dizer. ele:- Minha linda, vamos juntar os trapos? Mesmo rindo pra caramba do jeito desengonçado que ele tinha, ela deixou rolar, esqueçeu do riquinho que tava chamando-a pra sair e foi viver com o vagabundo dela. O mais legal nessa história toda é que ela tá junto com ele, até hoje. Ela já tem filhos e netos, ainda se diverte muito com ele, e os dois se amam incondicionalmente. Essa história de amor nada mais é a história da minha professora de biologia me contou semana passada, explicando como ainda vive feliz com o folgado do marido dela, que não deixou ela partir nunca mais.

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